Os principais erros dos iniciantes

Prezado leitor, neste artigo trataremos dos principais erros cometidos pelos investidores.


Para início de conversa, recomendamos a leitura prévia da Regra dos 4 P's, neste nosso artigo anterior.


Apesar de ser uma regra simples, a imensa maioria dos problemas e percalços no caminho da tranquilidade financeira pode ser evitado pela aplicação fiel dos postulados da regra dos 4"s, resumidos nas seguintes ações: Pesquise, Previna, Pergunte e Pense.


Sem mais delongas, vamos aos principais erros do investidor iniciante:


1) Desinformação:

Grande parte das "furadas" nas quais nos metemos decorre de nosso desconhecimento acerca do tema que nos envolvemos.


Assim como o leigo não deve se meter a construir um prédio de grandes proporções, sob pena deste fatalmente ruir, é indispensável ao neófito investidor que adquira previamente conhecimento acerca da forma escolhida para multiplicar seu patrimônio.


Lembre-se que, assim como na construção de prédios a fundação é indispensável à qualidade e confiabilidade da construção, na área de investimentos, a prévia aquisição de informações adequadas, corretas e suficientes é essencial para o sucesso de sua empreitada.


2) Ansiedade:

Quando conseguimos vencer a inércia da vida cotidiana e nossos olhos se abrem para o grande universo financeiro que existe à nossa volta, é normal querermos "recuperar o tempo pedido".



A pressa é sentimento inerente ao ser humano. Cada vez mais acostumados à velocidade da vida moderna, queremos tudo pra ontem! Esperar gera desconforto e a sensação da perda da oportunidade, a qual queremos evitar à todo custo.


É justamente quando a pressa conflita com a incerteza do resultado (quando? e quanto?), que aflora a ansiedade, sentimento este, inimigo do bom investidor.


A ansiedade cega, nos torna menos inteligentes do que somos e muitas vezes nos leva a tomar decisões extremamente equivocadas. Junto com a falta de informação, nos torna mais sujeitos aos fraudadores e golpes que se multiplicam no mercado.


Os mais bem-sucedidos investidores não são aqueles que têm muita sorte ou os mais impulsivos em suas decisões, mas sim, aqueles que adquirem extremo controle emocional de seus atos. É um dos aspectos da chamada inteligência emocional, que assim como a educação pode e deve ser treinada pelo investidor.


Saiba que mesmo o mais agressivo e preparado dos investidores apenas terá sucesso no longo prazo ao dominar suas emoções e seguir os planos previamente traçados.


Mais uma vez para você que está expandindo seu conhecimento financeiro neste momento: estude, conheça as bases do investimento que está fazendo, tenha calma, reflita, tenha um plano e dê tempo para que o mesmo possa acontecer.


Lembre-se: "mercado tem todo dia".


3) Ganância:

Parto do pressuposto que os interessados na leitura deste texto são movidos por um sentimento que positivamente pode ser chamado de "garra" ou "gana". A vontade de vencer, de melhorar de vida, de construir um presente e um futuro promissores e tranquilos, de superar a inércia, de deixar de ser mais um no sistema financeiro e na empresa onde trabalha, enfim, de se tornar um investidor de sucesso.


Este sentimento que todos aqui temos não pode ser confundido com a ganância, nem nela transformada.


A ganância turva nossa percepções, nos leva a tomar decisões equivocadas, ser mais agressivos do que devemos/podemos, não agir com ética e lisura, além do que nos torna mais propensos aos erros, golpes e frustrações.


Quando tratamos de investimentos temos que ter sempre a consciência e a capacidade de reconhecer nossos erros, parar enquanto há tempo, nos preparamos melhor e voltar à carga com o psicológico íntegro. A ganância impede tudo isso.

4) Endividamento:

Tenho um princípio pessoal de que endividamento não combina com investimento.


Sei que esta não é uma posição unânime, pois muitas pessoas podem apresentar e defender formas de ganhar dinheiro valendo-se de empréstimos e financiamentos. Nesta linha de raciocínio, bastaria que o custo do endividamento fosse menor do que a vantagem auferida pelo investimento, para este último se mostrar rentável.


Particularmente não concordo com o modo de pensar acima. No nosso entendimento, dívida é dívida, possui um custo e te expõe a riscos demasiados.


Vejamos um exemplo recente: do meio da década passada até o início desta vivemos um grande boom do mercado imobiliário nacional. Foram valorizações "estratosféricas" e constantes, fato que motivou diversos indivíduos a investir neste marcado.


Sabe-se que o investimento em imóveis é intensivo em capital, isto é, exige montante elevado e imobilização por tempo considerável, fato que afastaria grande parte dos indivíduos deste mercado por ausência monetária.


Entretanto, para solucionar tal "problema" a solução comumente encontrada foi o recurso a financiamentos bancários ou com a própria construtora, contando que a valorização do imóvel durante a obra e a intensa procura por imóveis, garantiria considerável e segura margem de lucro ao final.


Tal procedimento deu certo por vários anos, entretanto, com a recessão nacional, o aumento do custo do crédito, a estagnação do valor dos imóveis e a diminuição da procura, diversos destes investidores viram-se em difícil situação, muitas vezes sem a capacidade de quitar o financiamento que tomaram.


Foi cenário semelhante que causou a crise hipotecária nos Estados Unidos...


Ou seja: a contratação de dívidas lhe coloca em situação de fragilidade frente ao mercado e ao imponderável. Uma coisa é fazer um mau investimento, obtendo baixo rendimento, ou mesmo, perdendo o capital investido. Outra é em razão deste mau investimento, restarem dívidas e desorganização de sua vida pessoal e financeira por anos...


A forma de investir que defendemos como mais adequada é uma forma progressiva, de multiplicação de seu capital inicial, sem endividamento e com riscos proporcionais ao grau de conhecimento de cada um e à essencialidade do capital utilizado.


Até a próxima!