O lado humano da dívida: estresse e angústia

Em toda a discussão técnica que você ouve sobre dívidas, as melhores maneiras de gerenciá-la e pagá-la e todo o resto, uma coisa é amplamente ignorada. A dívida (qualquer que seja) é extremamente estressante e pode ter um efeito muito negativo em sua vida, se você permitir. É tão ruim quanto um vício, sempre pairando sobre você, derrubando você, tornando difícil viver sua vida do jeito que você quer. Neste texto, veremos como você pode reconhecer o estresse da dívida e o que você pode fazer a respeito.

Os sintomas do estresse da dívida

Há uma enorme quantidade de sintomas que podem ser causados ​​pelo estresse. Alguns dos mais comuns são: dores de cabeça, esquecimento, insônia, sentir-se deprimido, irritado e incapaz de se concentrar no que está fazendo. Se você não tem certeza se seus sintomas estão relacionados ao estresse ou a outra coisa, você deve consultar um médico.

Quem sofre?

Quase todo mundo que tem dívidas está estressado com elas. A dívida é culpada por milhões de dias de licença-médica todos os anos, podendo, em alguns casos graves, ser um dos fatores que geram ideias suicidas (se você precisa de ajuda, ligue 188 ou acesso o site da CVV). Estudantes, graduados e idosos são especialmente vulneráveis, pois a dívida está crescendo entre eles mais rápido do que em qualquer outro grupo.

O adulto médio deve muitos milhares em dívidas. Segundo o Mapa da inadimplência do SERASA de 2021, em média, cada inadimplente deve R$ 3.934,38, mais de três vezes o piso nacional de R$ 1.100. No total, os 62,5 milhões de inadimplentes registrados no mês devem R$ 245,9 bilhões. A maior fatia dessas contas em atraso (28,6%) é de cartão de crédito ou bancos, depois aparecem dívidas com contas de luz, água e telefone (23,6%), as chamadas "utilities", e em seguida com o varejo (13,1%).

Nunca se esqueça de que você não está sozinho e existem diversos caminhos (lícitos) para melhorar sua condição financeira.

Como lidar com isso

O estresse causado por dívidas é muitas vezes considerado embaraçoso ou vergonhoso. Pessoas com muitas dívidas não querem falar sobre isso, mesmo com a família, por medo de incomodar as pessoas ou parecer um fracasso. É muito importante, porém, que você fale sobre seus problemas, pois manter tudo dentro de você o deixará muito mais angustiado e estressado. É especialmente importante que você converse com seu parceiro – ele(a) é a pessoa número um que pode apoiá-lo.

Além disso, é certo que todo e qualquer problema financeiro apenas poderá ser verdadeiramente resolvido com a cooperação de TODO o seu núcleo familiar imediato. Hábitos precisam ser mudados e decisões precisam ser tomadas em conjunto. Somente com união, cooperação e pensamento comum, os gastos poderão ser identificados e controlados e as receitas aumentadas.

A melhor coisa a fazer então é encontrar duas pessoas: uma que possa aconselhá-lo em sua restruturação/educação financeira e outra que possa ser um conselheiro psicológico e emocional. Isso significa um profissional que sabe o que está fazendo em questões financeiras, assim como um psicólogo ou psiquiatra, ou algum outro tipo de pessoa que sirva de apoio motivacional. Não deixe que os estigmas o desencorajem – trata-se da sua saúde.

Vale ressaltar que, hoje em dia, existe MUITO material gratuito e de qualidade para sua educação financeira.

A próxima coisa a fazer é pensar bem sobre como você conseguiu essa dívida para começar. Veja se você pode encontrar extratos de cartão de crédito antigos, gastos desnecessários e supérfluos, etc. Em que você gastou o dinheiro? Você precisa sentar, fazer um orçamento, cortar despesas desnecessárias e tentar liberar o máximo de dinheiro que puder para pagar as dívidas. Mesmo que demore muito para pagar tudo, saber que sua dívida está diminuindo gradualmente pode ser uma excelente cura para o estresse da dívida.

Em resumo: reconheça seu problema, compartilhe, procure apoio, se eduque financeiramente, identifique e qualifique seus gastos, renegocie, procure meios de aumentar seus ganhos e tenha paciência e persistência.

Um dia de cada vez. Uma melhora a cada dia.